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3 juin 2008 2 03 /06 /juin /2008 03:34


A correspondência de Sigmund Freud com o escritor Romain Rolland marca o decisivo encontro de Freud com o mal-estar do ser vivente. Iniciada nos anos 20 e prolongada até 1931, esta correspondência terminou abruptamente com uma carta de despedida de Freud.   

Nas cartas, as diferenças se mostram de forma avassaladora. O encontro de Rolland é com a felicidade e o bem-estar, com uma sensação de eternidade, um sentimento de algo ilimitado, sem fronteiras – oceânico, por assim dizer. Ele dizia ter esta experiência total de encontro com a sua própria religiosidade. Demonstrava uma convicção a toda prova. Freud, na época, ficou bastante intrigado e buscou descobrir uma explicação psicanalítica para este sentimento.   

O escritor endereça a Freud uma carta datada de cinco de dezembro de 1927, na qual traz a questão do homem enquanto ser eterno. Freud responde ao amigo pensando sobre a noção do ser humano diante de seu desamparo, redigindo o seu ensaio O mal-estar na civilização. Em 20 de julho de 1929, Freud escreve uma carta, esclarecendo que o seu texto sobre o mal-estar não fará nenhuma avaliação do sentimento oceânico.

Na psicanálise, nos confrontamos com os limites do homem e sua finitude. No entanto, o escritor Rolland (em carta endereçada a León Tostoi), relata que, desde jovem, se sentia torturado pela idéia da morte. A vida, para ele, só seria aceitável se nós suprimíssemos a morte.

Em 1936, na ocasião do septuagésimo aniversário de Rolland, Freud escreveu um texto como uma carta aberta: Um distúrbio de memória na acrópole. Dizia-se velho e já no fim de sua capacidade de produção. Afirmava que tinha pouco a oferecer ao amigo, a não ser o dom de uma criatura que viu dias melhores.

 

02 de junho de 2008 

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